SUPÉRESSACA

Terminaram, oficialmente, os festejos da mudança de casa e de todas as coisas envolvidas em tal sucessão de eventos.
No Domingo foi o carregamento de caixotes.
Na Segunda foi a segunda leva de caixotes (neste caso caixinhas, porque já eram só sapatos...).
Na Terça foi o dia do BricoBoy.
Na Quarta foi o dia em que tudo já estava arrumado e devidamente posto no seu sítio e em que jataram cá as primeiras pessoas dignas de convites dessa natureza.

Esta casa, muitíssimo mais pequena que a anterior, requer fortes influências de um certo jogo chamado Tetris para encaixar tudo nos sítios.
Arrancar rodapés e bocadinhos de ombreira de porta, mais desencaixar portas e desaparafusar dobradiças para que tudo caiba é o requisito mínimo para quem muda de uma casa grande para uma mais pequena.
A questão essencial é: não precisava de cento e quarenta metros quadrados.
A outra questão essencial é: não os usava.
A questão final é, então: cem chegam.

Os meus talentos no campo das decorações estão sempre associados a uma premissa essencial que é a limpeza a todos os níveis.
Não aguento casas com coisas.
Não aguento casas com móveis e quadros e coisas que não sejam essenciais.
Por isso, na minha casa só existem coisas essenciais.
Tirando o closet, sou uma pessoa dada ao funcional.
E não guardo coisas.
Ao fim de tantas mudanças e de tantas casas e de ter despejado a casa do meu Pai, quando ele morreu vai para dois anos, decidi que não quero ter coisas.
Os outros depois ficam com os meus despojos para limpar...
- Naaaahhhh!



(Uma vez que os caixotes não revelaram interesses estético-filosóficos, deixo-vos com detalhes da sala e quarto, respectivamente. Pessimamente fotografados por mim e meu precioso iPhone4, o REI DA MINHA VIDA, especialmente agora, em tempo de mudanças, quando ainda não há aqui um distribuidor de internet... Por exemplo...)