MAS TURBANTES EU GOSTO MUITO!

Sofro imenso com o frio, e não entendo as pessoas que passam frio só porque sim e que depois, com a pior postura de sempre e umas contracturas do demónio dizem, com o pescoço todo inclinado para a frente, quais abutres, "(...) aiiiiii queeeee friooooooo!... (...)".

Não tenho nenhum problema com o estilo Yeti.
Uso casacos de peles há muitos anos, não é de agora.
Mas uso de peles.
Não uso de peluche.
Sou alérgica aos ácaros gigantes que se passeiam por aí camuflados em animal prints de animais que nem existem.

Tenho, no entanto, uma enorme dificuldade no que toca à cobertura de mãos e cabeça.
Odeio TUDO.
Luvas, pronto, nem pensar...
Tenho umas que raramente uso nas mãos, mas que transporto sempre no bolso, da Luvaria Ulisses, verde água, que só comprei porque eram verde água e porque dá para dizer aquela frase do ah, mas são verdes, só que carregadinha de sentido ilustrativo.
Mas as luvas não dão jeito nenhum e não dão para brincar ao iPhone, muito menos ao iPod.
E a pessoa precisa de brincar a isso em modo constante.
Pelo que nas mãos, tenho uma única solução: besuntar-me de creme ultra hidratante da Kiehls.

No entanto, para a cabeça, como o meu talento para cabelo comprido é menos que zero, tinha problemas.
E é tinha porque viabilizei uma excelente opção: o turbante.

Como dizer?!...
O estilo Yeti não se coaduna com um gorro, pelo simples facto de se entrar naquele beco sem saída que é o da desproporção. Umas linhas a unir um casaco ao chão já são demasiado confusas, para que depois saia apenas uma cabecinha de alfinete do mesmo, para completar a silhueta.
Além de que o gorro, em geral, só fica bem com aqueles cabelos intermináveis que caem sobre os ombros e transportam qualquer homem para o Universo das Miúdas Genéricas com Estilo cujos role models vão da Jessica Biel à Kirsten Dunst, passando pelo resto das prateleiras do pão sem sal.
O gorro é ainda O Grande Inimigo das raparigas de cabelo curto, porque lhes acachapa todo e qualquer volume que possam ter na cabeça e no meu caso, isso é mortal.
É mais mortal que a picada de uma Naja Real.
Fica-se imediatamente sem cabeça.
E com o tamanho dos meus olhos então... XAU.

Instintivamente (ok, não tão instintivamente... vá... já tenho história com a manufactura de chapéus - basta ver os da colecção de Verão de 2011 do Ricardo Preto aqui ou os toucados do La Dame de Chez Maxim, com encenação de Jean François Sivadier, no ido ano de 2009, no Thêatre Nationale de la Bretagne, em Rennes - e aprecio, em geral, todas as coisas destinadas às cabeças das Senhoras que as sabem usar) comecei a cobrir a cabeça com pashminas.
Tenho toneladas de pashminas, ou não fosse a minha cara Tia uma mulher óptima, cuja imaginação para presentes é bastante reduzida e cuja queda para a aquisição de pashminas é inversamente proporcional.
Possuo uma colecção de pashminas invejável para quem aprecia acessórios de tecido.
Não é o meu caso.

No entanto, o instinto (sim, sim...) levou-me a cobrir a cabeça de forma vagamente artística com uma pashmina preta, no início deste Inverno.

Pensei na Gloria Swanson e nas Mulheres divinas com cara de Mulher (e não nas Mulheres com cara de miúda gira, porque eu tenho cara de Mulher e não de miúda gira) e nos seus adornos.
E - como não - arranjei a minha Fórmula Resultona™ para este Inverno: turbante, brincos assertivos, sweatshirt cinzenta, skinny jeans pretas e Lace Ups pretas da Swedish Hasbeens.
Mais um casaco absurdamente quente, ou o meu perfecto Paul Smith.
Como diz a minha Mãe - FARDA.
E diz bem.
E se Ela soubesse como a FARDA ou Fórmula Resultona™, tanto faz, me ajuda horrores a poupar tempo todos os dias, estaria orgulhosa do meu vestir sempre igual!...

Tudo isto para dizer que ontem, mais uma vez, estava eu de turbante azul turquesa e toda uma comoção aconteceu.
Turbante azul turquesa, plumífero Aigle de cor creme (BLHAC!) da zona de caça do El Corte Inglès e Nike Air Force One brancos (sim, em Janeiro... mas como diz a Ana Vidigal "(...) e as estolas brancas, e os longos visons brancos?! (...)" ao que acrescento - e a Barbra Streisand?!).
E várias pessoas entraram em enorme comoção por causa do meu turbante: era a combinação da cor, com a maravilha do apanhado e do efeito causado.
Se soubessem como é fácil enrolar a pashmina à volta da cabeça!...
E podem perguntar a quem quiserem, porque a verdade é que demoro mesmo menos de um minuto a cobrir a cabeça.
(E como a lenda diz que se perde imenso calor pela cabeça...)

A comoção chegou ao meu e-mail, sob a forma da materialização pictórica do que é que o meu turbante despertou na cabeça de alguns homens meus amigos.
E decidi redigir este post meio lamentável, porém motivado pela revelação de inteligência, sabedoria e astúcia por parte de alguns homens que tenho em óptima consideração.
Foi bastante lisonjeiro da parte deles o envio destas imagens.
E também é bastante óptimo tê-los feito lembrar de LADIES em vez de SKANKS.

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