Acho que não era capaz de fazer um balanço assim só porque sim.
Pensei imenso nisso e no que é que poderia ser divertido num post mais virado para o universo contabilístico.
Aparentemente nada.
E depois comecei a ver imensos balanços.
Péssimos.
E com a proliferação do que vêm sendo os fotógrafos (levanta-se uma pedra e de lá saem uns cento e oitenta....) especializados em moda e a sua falta de objectividade e conteúdo - salvo raras e honrosas excepções - é muitíssimo comum ver balanços do ano da moda.
E pronto.
Nada de muito mais.

No entanto, ontem, houve um encontro inesperado que motivou a minha vontade oscilante de balancear:

- CRISTINA, ESTA É PARA TI!

Comecei este blogue em 1985.
Quando nasci.
Só que só comecei a publicar agora.
Não me levem a mal...

Desde criança que gosto de roupa, de observar, de me vestir e de brincar com roupas em geral.
A minha Mãe achava imensa graça quando lhe roubava lenços de seda das gavetas e os enrolava nos pés para fingir que eram sapatos.
Nunca por nunca decidi ir para a rua com os lenços nos pés, porque havia uma noção intrínseca qualquer de delicadeza a emanar das sedas, que me impedia de o fazer.
(É claro que a minha Mãe também emana umas vibrações que metem respeito...)
Também apreciava muito os sapatos abotinados dela e as jóias.
E às vezes punha aquilo tudo ao mesmo tempo e ficava só a curtir.
Isto em casa.

Mantenho os hábitos supracitados.

Tive ainda uma fase em que dizia mal de tudo o que as pessoas vestiam em brasileiro, coisa que deixava a minha Mãe piursa...
Acho que gostaria de se rir do que eu dizia, mas por educação, e porque eu comentava em altíssimo som, ela só me abria os olhos a toque de repreensão silenciosa.

Depois dessa fase passei a ouvir imensa música fornecida pelos amigos do meu Irmão que não ouviam House Music.
Agarrei-me por completo ao Rock'n'Roll em geral e particularmente ao Heavy Metal e ao Punk.
E isso teve alguma influência naquilo que queria vestir.
Sem se manifestar de uma forma consciente, queria que a minha roupa significasse alguma coisa.
E quando aos sete anos os meus primeiros Converse já estavam destruídos, continuei a usá-los até à exaustão... E por aí adiante.

No ano passado comecei a publicar aquilo que pensava.
Porque vejo milhentos blogues de moda por dia, mais alguns triliões de blogues de arte, consumo demasiados objectos estéticos, e comecei isto num misto de tentativa de sanar o aborrecimento estético e de me divertir.
E tenho conseguido que isso aconteça!

Existe apenas uma parte bastante esquisita no que toca ao blogue, que é quando me apercebo que há, de facto, quem o leia.
Continuo a achar que as pessoas só fazem scroll down como eu e que é raro lerem os conteúdos dos blogues ou dos sites...
O meu único desejo para este ano, relativamente ao blogue, é que ele me continue a divertir.
E também gostava de ter um iPhone 4, mas confesso que por convicções de natureza puramente estética, continuo a preferir a versão anterior... É que o iPhone 4 é um tablet e é ligeiramente mais pesado que o meu, e isso deprime-me...
As fotografias e os vídeos são muito melhores e tem flash...!
Era pessoa para dispor de um flash, confesso...

E pronto, é isto.
O meu primeiro post de 2011 é isto mesmo.

Ah!
Estou ainda triste por um motivo simples: à entrada da segunda década do novo milénio, ainda ninguém anda vestido de prateado todos os dias, não há ainda veículos voadores de uso generalizado nem casas totalmente automáticas para toda a população mundial...
Descurto.

E por hoje é só!