No ano passado, num dia de grandes chuvas e alguma depressão do domínio da fémina, a MISS DOVE, aquando de um pit stop numa perfumaria em Campo de Ourique para comprar uns champôs Carita, apareceu-me no carro com um verniz maravilhoso, que só uso de vez em quando, porque o manobro muito mal.
E no outro dia pintei as unhas desta cor, porque é muito gótica e continuo a tentar o Verão Gótico (já comprei os protectores de écran total), e porque estava a chafurdar na minha bolsa de vernizes (que guardo no frigorífico) e pensei: "AH, É ISTO MESMO!"
As primeiras três fotos são do iPhone 4, a outra é do Photobooth.
O verniz é Estée Lauder.
(Comentário tipo Moodboard, que agora se usa muito: Nós amamos a Estée Lauder, porque nos faz lembrar as nossas Mães e coisas clássicas e os tempos que não vivemos.)
E na última foto pareço MESMO gótica, por causa do tom de pele.
Gosto muito da terceira foto.
Vou analisá-la: não é uma foto nada natural.
Causa desequilíbrio estar com uma mão toda esticada e numa pose decente para a exposição lumínica poder funcionar.
Sendo que eu entendo -10 de fotografia, isto aqui é um tratado relativo à minha corrente pessoal.
Gosto muito da minha sombra na fotografia.
Funciona como assinatura do autor e mensagem subliminar.
Mas também está provida de uma das coisas que mais aprecio em mim: o ridículo.
A pose que a sombra revela, é ridícula, e desmancha qualquer tipo de sobriedade que o post ou a cor do verniz pudessem induzir.
Agradeço-me a mim e à Apple, por TUDO.