Desculpem-me estas ausências...
Peço perdão.
Não tirei férias.
O que é uma pena...
Oxalá fosse isso!
Mas não.
(Uuuuui!!!... Que de repente parece que estou aqui a fazer uma espécie qualquer de poesia digna do blogue da Cláudia Lucas Chéu!... Perdão uma nova vez!)
Ora bem,
Ultimamente o que me preocupa mais, para além da crise, é que não há mesmo nada para comprar em Lisboa, pelo que estou arreliadíssima comigo por ter estado em Paris e só ter comprado um par de óculos.
Estou MESMO arreliada.
Quero comprar um par de calças decente, com bom ar, de bom material, que não perca a forma ao fim de meia utilização, mas não há: só se podem comprar, em Lisboa, calças das marcas de sempre e dos preços nojentos.
E quem diz calças diz sapatos, diz tudo...
É como se nenhum lojista arriscasse, ou como se os lojistas só escolhessem colecções para eles próprios.
Porque, vá sejamos honestos, de cada vez que se vê um proprietário de loja e o seu legado, tudo é concordante, logo deprimente.
À excepção do André (da André Ópticas), e do Ivo, que recentemente abriu a sua Backlight Shop, o melhor mesmo é comprar online e devolver, se for caso disso.
E pronto, cheguei a esta conclusão porque me lembrei de quando foi a última vez que comprei coisas ao vivo.
E deprimi-me um pouco.
Comprar online é maravilhoso, mas é também muito perigoso.
A exposição prolongada a milhares de artigos por página e a infinidade de coisas que podem fazer parte de uma lista de compras qualquer, criada em cinco minutos, deitam por terra toda a lógica de consumo, bem como toda a dinâmica da ida à loja, quer seja pelas coisas, para ver, ou para falar com quem lá está.
Dei-me conta disto quando entrei na Colette, há duas semanas.
Lembro-me da primeira vez que fui à Colette: vivia em Barcelona, e os meus amigos franceses radicados em Barcelona eram o decalque do estilinho Colette.
Suponho que o nome que se dá a esse estilinho é "urbano".
Eles eram urbanos.
A diferença essencial era que no género Colette, não se contemplava o uso de peças vintage, muito menos a badalhoquice a que Barcelona sempre convidou.
Na altura achei óptimo.
Jóias e sedas e coisas caríssimas, transportadas para o quotidiano, como não era possível em mais nenhuma cidade das redondezas.
Em Paris era possível porque o pessoal que ganhava mesmo muito dinheiro tinha bom gosto e não era necessariamente aristocrata convertido: era, imaginemos, de uma dinastia qualquer do design, discípulos de gente que não nasceu num berço cor de vinho com medalhas dos santos padroeiros em prata por cima da cabeceira.
Entretanto voltei de Barcelona, andei meio zangada com Paris, etc etc etc...
(E habituei-me ao Net-A-Porter...)
Até que lá voltei.
E vi que a Colette se tornou uma seca.
Continua TUDO igual.
O estilinho continua igual.
E a incredulidade relativamente à minha nacionalidade foi a cereja em cima do pastel de pretenciosismo com que apanhei nesse único dia em que visitei a Rue St. Honoré.
E deu-me imensa pena.
Toda e qualquer vontade que tinha de comprar coisas, esvaneceu-se ali mesmo.
Nem sequer passei do primeiro piso, onde comprei coisas queridas para os amigos lindos que aturam as minhas loucuras com tanta ou mais loucura; olhei para a cave, onde já nem me lembrava que havia um comes e bebes, e fugi dali o mais rapidamente que consegui.
Tenho pena que, cada vez que abre uma loja em Lisboa, seja um franchising ou uma loja armada ao pingarelho.
Gostava de conseguir ir às compras, de vez em quando, às compras das minhas coisas, sem ter de ser no espaço virtual.
Porque gosto de...
Sei lá, experimentar as coisas antes de as comprar...
Tenho a certeza que seria possível fazer de Lisboa um paraíso de compras a céu aberto.
Não sei.
Deprime-me ter de ir ao Colombo comprar seja o que for...
E nestas alturas em que trabalho que nem uma escrava, sei que umas compras rápidas e inesperadas, exclusivas, me fariam muito bem!
Resta-me comprar batons e livros e sonhar com a próxima escapadela em missão, para poder rebentar os euros dos cachets antes mesmo de os receber!...
Mas sim, pronto, é isto.
Hoje era daqueles dias em que tinha imensa vontade de ter chegado a casa cheia de sacos, porque além de ter saído de sapatos rasos, o sol estava mesmo bom e andei por aí feita parva a inventar, mas sem sucesso.
Comprei gengibre, que é muito bom, e diurético e anti-inflamatório, e está feito!...
Nos próximos posts haverá muitas novidades, daquelas tipo, TOP DE GAMA!!!