O meu Avô percorria quilómetros para se assegurar de que comprava as melhores e que eu recebia imensas, já que era a única que partilhava desta paixão com ele.
Telefonávamos no Domingo de Ramos, depois da missa, e tínhamos de dizer, super hiper mega rápido verde é, verde cheira, ficas preso até à Quinta Feira!
O meu corpo experimentava uma sensação tão super à bruta por causa das amêndoas e da hipótese de falhar ao dizer isto, de me engasgar, de me esquecer, ou de ser o meu Avô a dizer primeiro...
Antes do telefonema ficava muito esposa-do- Passos-Coelho-na-mensagem-de-Páscoa.
Era muita pressão...!
O meu Avô era o elemento congregador das hostes familiares, embora obedeçamos todos muito mais à minha Avó, porque ela é a verdadeira Matriarca autoritária, que se esforça poquíssimo por se impor, porque a idade é um posto, etc etc etc...
Desde que o meu Avô morreu, continuo a receber toneladas de amêndoas de licor, mas a ênfase é diferente.
Este ano nem disse o verde é verde cheira...
Puro desleixo...
Mas recebi umas amêndoas muito lindas, que não conhecia, que nunca tinha visto em lado nenhum, e que são o sonho de qualquer rapariga que goste de receber presentes!
Um amigo inusitado ofereceu-me um presente lindo, que passo a mostrar, como se fosse do hip-hop e tivesse mesmo de ostentar.
Só que é tão inesperada e perfeita, que não sei como retribuir.
Devidamente apreciada hoje, cá vai:
Isto é tudo material Chanel. O verniz é o Mimosa, cuja cor é a 577, a caixa de pandora com cores faciais é a número 547, Soleil Tan e ainda um Stylo YEaux Waterproof número 47, Rose Platine.
Fotografado no local de trabalho, com um décor muito real por trás, com o meu amado iPhone 4.