Comecei há coisa de dois anos a obcecar-me por um par de Persol 24/51, uns óculos de sol em tudo masculinos, mas que sempre achei divinos de la muerte.
É certo que no ano passado andei longe de tudo e de todos durante demasiado tempo e que, naturalmente, compensei as distâncias com a aquisição de um monte de objectos que quase nem chegaram a ser de desejo, dada a rapidez com que os ia debulhando das lojas...!
Com estes Persol, a coisa adquiriu uma dimensão muito diferente a partir do momento em que uma pessoa próxima e distante, que usava este modelo e esta marca insistentemente, entrou na minha colecção de coisas identificáveis.
Recordo-me das pessoas, aproximo-me delas e afasto-me através de roupa e acessórios.
E do meu pai biológico aproximei-me com os ditos Persol.
Os meus são estes, mesmo estes:
